A Prefeitura de Cubatão, via Secretaria de Educação, iniciou a entrega de kits de dignidade menstrual nas unidades escolares do município, marcando um avanço significativo na luta contra a pobreza menstrual. O kit, composto por pacotes de absorventes, um nécessaire e uma toalhinha, visa minimizar constrangimentos e prevenir o abandono escolar devido a questões menstruais. Esta semana, as estudantes da UME Padre Manoel da Nóbrega, no Casqueiro, receberam a novidade na última quarta-feira (15). Semana que vem estão previstas entregas de kits para outras unidades.
A ação beneficiará 1.996 alunas com idade a partir dos 11 anos em diversas escolas municipais. Bruna Moreira Xavier, entusiasta do projeto e chefe de serviço da Secretaria de Educação, ao discutir a relevância do projeto ressaltou a importância de iniciar o diálogo sobre o respeito ao corpo feminino dentro do ambiente escolar. “Dar um pontapé inicial e ampliar essa discussão dentro das nossas escolas e na comunidade escolar, falar sobre o respeito ao corpo das nossas meninas, adolescentes e jovens que passam por essa situação natural da vida da mulher é de extrema importância. Porque você cultiva um pouco mais daquilo que a escola consegue melhor fazer: cuidar, zelar e ensinar o respeito e ser respeitado”.
Segundo a Secretaria de Educação, esse projeto não só aborda uma questão crítica de saúde pública, mas também promove a igualdade e a dignidade, assegurando que as estudantes possam prosseguir com sua educação sem interrupções devido a questões menstruais. Representa um exemplo de como políticas públicas podem criar um ambiente escolar mais inclusivo e solidário.
Diante do pouco dinheiro para produtos básicos de sobrevivência, são adolescentes o alvo mais vulnerável à precariedade menstrual. Sofrem com dois fatores: o desconhecimento da importância da higiene menstrual para sua saúde e a dependência dos pais ou familiares para a compra do absorvente, que acaba entrando na lista de artigos supérfluos da casa.
Importância – A falta do absorvente pode afetar o desempenho escolar de muitas estudantes estudantes e, como consequência, restringir o desenvolvimento do potencial na vida adulta. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, do IBGE, revelaram que, das meninas entre 10 e 19 anos que deixaram de fazer alguma atividade (estudar, realizar afazeres domésticos, trabalhar ou até mesmo brincar) por problemas de saúde nos 14 dias anteriores à data da pesquisa, 2,88% delas deixaram de fazê-la por problemas menstruais. Para efeitos de comparação, o índice de meninas que relataram não ter conseguido realizar alguma de suas atividades por gravidez e parto foi menor: 2,55%. Já a Organização das Nações Unidas (ONU) revelou dados que apontam que, no mundo, 1 em cada 10 meninas falta às aulas durante o período menstrual (Agência Senado).
Texto e fotos: Secom Cubatão
