Aconteceu nesta segunda e terça (25 e 26) o 4° Fórum Latinoamericano e Caribenho de Florestas Urbanas, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba paulista. Entre os organizadores estavam alguns órgãos ligados à ONU, como a ‘FAO’ – uma agência especializada nos temas agricultura e alimentação, que lidera os esforços internacionais para erradicar a fome no mundo (com sede na Itália) e o ‘City Tree of the World’ que realiza um esforço internacional pelo reconhecimento de municípios que se prestam a garantir florestas urbanas e a flora em seu território para que sejam propriamente mantidas, administradas de forma sustentável e devidamente celebradas.
Ao representar Cubatão no Fórum, a secretária de Habitação e vice-prefeita eleita Andrea Castro foi convidada para apresentar um painel sobre ‘Urbanização e Recuperação de Florestas Perturbadas’. Em sua abordagem sobre o tema, Castro proferiu que paralisar os avanços humanos sobre áreas ambientalmente protegidas têm sido um grande desafio.
Neste sentido, ela explicou como Cubatão está conciliando o direito à moradia ao meio ambiente equilibrado. “Estamos mantendo e levando uma vida digna onde a antropização não pode ser mais revertida, mas efetuando uma enorme recuperação ambiental tanto na Mata Atlântica, por meio do Programa Serra do Mar, quanto nos manguezais em áreas como Vila Esperança e Vila dos Pescadores”. A titular da Sehab cubatense ressaltou ainda que “no caso do Projeto implementado na Vila dos Pescadores, a Administração se inspirou nas ‘supermanzanas’ existentes em Barcelona, na Espanha, para efetuar uma arborização no interior da área a ser urbanizada, criando um certo ‘frescor’ dentro dessas áreas, normalmente tão áridas”.
“Posso dizer que foi uma honra participar do ‘4° Fórum Latino Americano e Caribenho de Florestas Urbanas’, no Parque Tecnológico de São José dos Campos, onde pude compartilhar ideias e aprender mais um pouco com especialistas daquela região. Juntos, estamos construindo soluções para tornar nossa Cidade cada vez mais verde e resiliente”, finalizou a titular da Sehab de Cubatão.
Os processos de urbanização da Vila Esperança e da Vila dos Pescadores são considerados um dos maiores da América Latina, envolvendo quase 40 mil pessoas nos dois núcleos. Na Vila Esperança, além das obras de infraestrutura, os edifícios com 1.016 unidades habitacionais de interesse social estão quase prontos. Abrigarão as famílias que atualmente ocupam as palafitas na Vila Esperança, eliminando de vez as ocupações à beira do Mangue. O empreendimento vai contar com áreas de lazer, duas escolas, espaço pet. UMa Via Ecológica Perimetral com 9 quilômetros de extensão vai margear o bairro, criando uma barreira física, evitando assim novas invasões, e trazendo mobilidade urbana margeando o local.
Na Vila dos Pescadores, o projeto possui conceito urbanístico amplo. Obras de infraestrutura, construção de moradias de interesse social dividida em 2 etapas, totalizando 1.329 unidades habitacionais, e a criação de cerca de 817 lotes urbanizados com casas modelo; implantação de equipamentos públicos essenciais, como escola, praças, unidade de Saúde, de Assistência Social e áreas de lazer. A novidade está por contra da construção de casas flutuantes com estrutura de aço naval e madeira ecológica, totalmente sustentáveis, ancoradas em um píer de acesso. “É uma inovação que esse tipo de moradia chegue às pessoas de baixa renda. Nosso objetivo, também, é de que a comunidade da Vila dos Pescadores não perca sua identidade e sua essência que naturalmente passa ali pelo Rio Casqueiro”, afirmou Andrea Castro.
Vale lembrar que a Vila dos Pescadores, atualmente isolada por conta da linha férrea, deve receber em breve um Viaduto de acesso ao bairro que segue sendo construído em ritmo acelerado. O equipamento é uma das maiores intervenções viárias da história da cidade e visa entregar à população um elevado com extensão de 375 metros. O início é na Avenida Tancredo Neves, dando acesso direto à Vila, garantindo mobilidade urbana para a comunidade entrar e sair do local com segurança. Atualmente, a única entrada do bairro está situada no encontro entre a Marginal esquerda da Via Anchieta e a Av. Ferroviária, cortada pela linha férrea. Quando há movimentação de trens, o bairro fica isolado por terra. O viaduto, de mão dupla, permitirá que veículos – incluindo os de emergência e segurança – tenham movimentação garantida, ainda quando da passagem de locomotivas, o que hoje não é possível.
Texto e fotos: Secom Cubatão
