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Consciência Negra: palestra aborda vulnerabilidade da população negra frente às ISTs/Aids em Cubatão

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A manhã desta sexta-feira (22) foi marcada por reflexões profundas e esclarecedoras durante a palestra “Racismo institucional e vulnerabilidade da população negra nas ISTs/Aids”. Realizada no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Cubatão e organizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a atividade reuniu profissionais da área.

A palestra foi ministrada pela psicóloga e servidora municipal há 20 anos Letícia Moura, que destacou a importância do diálogo sobre saúde e racismo no Brasil, com um foco na situação da população negra frente às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e ao HIV/Aids. Segundo a palestrante, estudos e dados evidenciam que as pessoas negras enfrentam os piores índices de saúde e de vida no Brasil, com maior exposição a fatores de risco, incluindo o HIV/Aids. Entre 2007 e 2018, pelo menos 52,9% dos novos casos de HIV registrados no país ocorreram entre pessoas negras, contra 46% entre pessoas brancas, segundo dados do Ministério da Saúde.

Letícia explicou que o racismo, em suas formas interpessoal, institucional e estrutural, cria barreiras no acesso a serviços de saúde. “As pessoas negras ocupam os piores índices de saúde, inclusive estando vulneráveis às infecções sexualmente transmissíveis. Por isso é importante dialogar sobre esse assunto e desconstruir o racismo com práticas e políticas profissionais. É assim que conseguimos uma saúde mais equânime para todas as populações, especialmente as mais vulneráveis”, afirmou.

A psicóloga ressaltou a relevância do debate em Cubatão, onde a população negra enfrenta desafios semelhantes aos evidenciados em estudos nacionais. Letícia também chamou a atenção para as mulheres negras, que figuram no topo da mortalidade por Aids no Estado de São Paulo, reforçando a necessidade de intervenções específicas em saúde. Para ela, o diálogo entre diferentes setores da sociedade é essencial para superar essas barreiras: “Esse assunto não pode ser reservado apenas à população negra. É um tema que deve ser dialogado também pelas populações não negras. Um país menos racista tende a se desenvolver melhor e a oferecer uma saúde mais equânime dentro dos princípios do SUS.”

Ao final da palestra, foi realizado um bate-papo com os participantes, permitindo que todos compartilhassem ideias, experiências e sugestões sobre o que pode ser feito para enfrentar o racismo e melhorar as condições de saúde da população negra. Além da psicólogas, participaram da mesa: Rilson Melo, diretor de Vigilância em Saúde; Luciana Tavares, chefe de serviço do SADT; além de uma representante da Sociedade Brasileira Caminho de Damasco (SBCD), que administra as unidades de saúde do município.

Texto e fotos: Secom Cubatão

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